13 de set. de 2009

Quando éramos crianças era ele quem me acalmava quando eu acordava assustada no meio da noite.
Foi ele o primeiro a me explicar como os bebês eram feitos.
No dia em que todos me condenaram ele estava ao meu lado para mostra-me que, talvez, eu pudesse estar errada...da forma mais carinhosa.
Em todos os meus momentos felizes ele sempre esteve. Comemorou comigo cada vitória.
Passou comigo todos os aniversários, natais e quase todas as viradas de ano.
Também me abraçou e enxugou muitas das minhas lágrimas. Chorou e gargalhou comigo algumas vezes.
Me ensinou um pouco de espanhol.
Foi minha melhor companhia em viagens, mesmo que existissem outras pessoas.
Nos carnavais, passava noites comigo assistindo aos desfiles das escolas na TV e comentando cada detalhe.
Dividimos o mesmo quarto por muitos anos e me lembro de quantas vezes, tomada pela insônia, na escuridão, eu dizia: "você tá dormindo?" Ele sempre respondia que não, mesmo que já estivesse.

Hoje, ele pede a minha compreensão em uma decisão. Não precisaria, já é adulto.
Mas pede.
Eu o aceito do jeito que for, pois pra mim nada mudou.

Um comentário:

Priscila Ferreira disse...

Mudaram as estações, nada mudou. Mas eu sei que alguma coisa aconteceu, está tudo assim tão diferente, se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar, que tudo era pra sempre, sem saber que o pra sempre, sempre acaba...

Não sei bem o que é, mas sei que mesmo quando algumas coisas mudam, as pessoas não mudam de lugar dentro de nós, elas continuam lá especiais, únicas e sinceramente se a recíproca for verdadeira é o que é mais importante, o resto como diz o nome é só resto.